domingo, 30 de dezembro de 2012

O surgimento dos clube-empresa a partir da Lei Pelé

CLUBES-EMPRESA OCUPAM ESPAÇO DE CLUBES QUE NÃO SE PLANEJAM NO FUTEBOL
O texto abaixo trata de uma realidade do futebol brasileiro que é a ascensão quase que meteórica dos clubes-empresa. Todos já ouviram falar de clubes como o Audax, Primeira Camisa,  Guaratinguetá, dentre tantos.  Tudo começou com a Lei Zico e a Lei Pelé, que abriram caminho para que empresas  se tornassem  proprietárias de clubes. A idéia do blog é de discutir até que ponto os clubes associativos que lutaram contra a idéia de virarem empresa, poderão  ser prejudicados com uma concorrência desleal. Você acha que o America tem condições de concorrer com este tipo de modelo?
A LEI PELÉ E A NEGATIVA DOS DIRIGENTES DA OBRIGATORIEDADE DOS CLUBES SE TORNAREM EMPRESAS
A Lei Zico(8.672/93) apresentou a possibilidade dos clubes serem gerenciados como entidades “com fins lucrativos”, o que seria uma revolução. Foi um indicativo de que o Governo tinha a intenção de transformar os clubes em empresa. A Lei Pelé (9.615/98) decretou a obrigatoriedade dos clubes se tornarem empresas. Contudo, devido a pressão dos dirigentes, a Lei 9.891/2000 facultou aos clubes a transformação em sociedade “com fins lucrativos”, dispositivo que era obrigatório no texto original da Lei Pelé. Tal alteração teve o apoio dos dirigentes dos clubes, uma vez que a transformação dos clubes em empresas lhes impunha responsabilização. O modelo de empresa é bem visto pelos órgãos públicos, já que a empresa é mais fácil de ser fiscalizada do que uma associação. O modelo empresarial também favorece clubes que pretendem atrair investidores para o seu capital social (nenhum investidor consegue comprar participação em associações). Clubes que permanecem como “sem fins lucrativos” podem sim ter uma excelência na gestão de negócios do futebol. Porém estes clubes tem que ter mecanismos de responsabilização e de cobrança de seus dirigentes.  A tentativa de forçar os clubes a se tornarem empresas fracassou em razão da pressão, principalmente dos grandes clubes  que não tem interesse na transformação da atual forma societária do clube, porém não tem tanta dificuldade assim para atrair investidores como um clube de pequeno porte..

A ESCALADA DOS CLUBES-EMPRESA  A PARTIR DA LEI PELÉ
A partir da década de 1990, alguns agentes econômicos, visualizando o potencial financeiro do futebol, intensificaram a profissionalização na gestão dos clubes, com a inserção do conceito lucratividade como fator de sucesso. Devido ao grande interesse de novos investidores no mundo do futebol, diversos clubes estão optando pela transformação por conta própria e também temos o fenômeno do surgimento de clubes-empresa que mais se assemelham a  empresas-clube”, times cujos proprietários são, exclusivamente, empresas . Investidores bem informados e bem assessorados  sabem que o clube na forma de sociedade empresária  tem maior flexibilidade para realizar os diversos negócios pretendidos, de forma profissional e organizada. O movimento dos clubes-empresa teve espaço com a aprovação da Lei Pelé que, entre seus artigos, abria a oportunidade para a criação de “clubes-empresas”.  Passaremos a falar no blog a respeito destas empresas e de como entraram de maneira avassaladora para ocupar definitivamente o espaço de clubes que não se planejam no futebol.

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