sábado, 29 de dezembro de 2012

O inicio da perseguição ao America e a sua atual decadência

O INICIO DA PERSEGUIÇÃO AO AMERICA E SUA ATUAL DECADENCIA

A PERSEGUIÇÃO AO AMERICA- APESAR DO TEXTO ABAIXO TER SIDO EXTRAIDO DE UM SITE DO SPORT RECIFE, ELE INTERESSA MUITO AOS TORCEDORES DO AMERICA QUE PRECISAM SABER A VERDADE DO PORQUE O AMERICA-RJ PASSOU A SER PERSEGUIDO PELA CBF E NUNCA MAIS SE REERGUEU DESDE ENTÃO , VEJA:
"NESTE ANO DE 1987 SURGIRIA O CLUBE DOS TREZE FORMADO PELOS PRINCIPAIS CLUBES DO RIO DE JANEIRO( FLAMENGO, VASCO, FLUMINENSE E BOTAFOGO), SÃO PAULO, MINAS GERAIS, RIO GRANDE DO SUL E O BAHIA , PRESIDIDA PELO ENTÃO PRESIDENTE DO SÃO PAULO FC Michel Aidar, que serviria exclusivamente para a formação de uma liga constituída somente por eles próprios e alguns outros poucos convidados, tentado assim, monopolizar toda mídia nacional e toda receita de patrocinadores a seu redor. Assim, Otavio Pinto Guimarães e Nabi Abi Chedid, respectivamente presidente e vice-presidente da CBF na época, começaram a ser pressionados de todos os lados pelo Clube dos 13, que contava com o apoio de Manoel Tubino, presidente do C.N.D., para que o campeonato Brasileiro daquele ano fosse disputado a seus moldes. Queriam escolher os participantes e toda renda publicitária mesmo que tudo isso ferisse os regimentos da confederação brasileira de futebol e os direitos adquiridos por outros clubes, como Bangu, Guarani, América-RJ, Criciúma, que havia feito extraordinária campanha no ano anterior e seriam excluídos da 1ª divisão sem razão plausível. O próprio Sport havia obtido índice técnico suficiente para permanecer no grupo de elite e mesmo assim ficaria de fora. Isso provocou a movimentação dos presidentes de federação e clubes que se sentiam prejudicados pelos desmandos que se anunciavam ocorrer.

COMO SE PODE VER O AMERICA COMEÇOU A SER PERSEGUIDO POR NÃO CONCORDAR COM TAL MANOBRA, VEJA MAIS

CHEDID COLOCA PANOS QUENTES NA QUESTÃO...

Numa tentativa de agradar a gregos e a troianos, Nabi Abi Chedid confeccionou uma tabela que dividia os clubes da primeira e segunda divisão em 4 módulos : verde, amarelo, azul e branco, onde os 2 primeiros seriam considerados 1ª divisão e os dois últimos, 2ª divisão. Ao final, o grupo verde e o grupo amarelo teriam seus respectivos campeões e vice que se enfrentariam num quadrangular, decidindo assim, quem seria o campeão do ano.
O módulo verde, do qual pertencia os membros do clube dos 13 mais Santa Cruz, graças a Marco Maciel, Coritiba e Geais, foi totalmente moldado segundo os interesses financeiros de seus componentes, pois concentraram em suas mãos toda transmissão de TV e um polpudo patrocínio da Coca Cola, não restando absolutamente nada para os integrantes do módulo amarelo.

15/09/87 - O INICIO DA GUERRA
Depois de tantos desmandos finalmente no dia 15/09/87 é aprovada uma tabela e um regulamento para a competição possibilitando assim o seu inicio. A idéia inicial de Nabi Abi Chedid foi mantida e a 1ª divisão passou a ser constituída pelo módulo verde formado por Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional, Bahia, Coritiba, Goiás e Santa Cruz, e o módulo amarelo formado por: Sport, Guarani, Bangu, Inter de Limeira, Náutico, América-RJ, Vitória, Atlético-PR, Criciúma, Joinville, Rio Branco, Atlético de Goiás, Portuguesa, Ceará, CSA e Treze. O módulo amarelo seria dividido em duas chaves, A e B, da qual sairia um representante de cada uma para disputar o titulo do modulo amarelo e, por conseguinte, o titulo nacional contra os vencedores do módulo verde. Já no dia 16/09 o Sport faz sua estréia, na Ilha, empatando contra o Atlético PR em 1x1. Começou o campeonato e prosseguia a confusão. O América carioca não aceita o regulamento e se retira da competição, impetrando um mandato de segurança contra a CBF. O Sport, em defesa de seus direitos, aciona a TV Globo, que tinha o direito de televisionamento exclusivo sobre o campeonato Brasileiro, pois só quem via a cor do dinheiro eram os componentes do clube dos 13. Também recebiam com exclusividade um milionário patrocínio da Coca-Cola e do açúcar União, que emprestou seu nome para batizar a disputa do modulo verde.O clima fica feio entre a TV e o modulo amarelo que passa a ser boicotado pela mesma. Em retaliação a esse fato o Sport também boicota a tv e proíbe a comercialização de Coca Cola na Ilha do Retiro. No campo de jogo, o Sport vai vencendo seus adversários, sendo imbatível dentro da Ilha e irresistível fora dela.
SPORT X BANGU - VITÓRIA NO CAMPO DE JOGO E NOS TRIBUNAIS
A final da chave A foi disputada entre Sport e Bangu, time dirigido pelo bicheiro carioca Castor de Andrade. Foi uma verdadeira guerra. Na partida de ida fomos hostilizados de todas as maneiras possíveis e imagináveis. Nossos atletas e dirigentes foram apedrejados e coagidos. Com todo esse clima não conseguimos a vitória. Fomos derrotados por 3x2 e Macaé declarou nos microfones das rádios que se perdêssemos daquele timeco aqui na Ilha ele mudaria de nome. A partida de volta foi realizada no dia 29/11/87 e o Bangu recebeu o troco com juros e correções. Não só levou uma surra de 3x1 como também foram severamente hostilizados por nossa torcida, tendo o seu presidente Castor de Andrade sido atingido por uma pedra no rosto. Nesta partida muitos torcedores passaram mal pela emoção envolvida e infelizmente alguns vieram a falecer.
SPORT: Flávio, Betão, Estevam, Marco Antonio, Macaé; Rogério, Ribamar e Zico; Robertinho, Nando e Neco.
Bangu: Gilmar, Edvaldo, Marcio, Rossini, Mauro Galvão e Pedrinho; Tobi, Robson e Paulinho Criciúma; Marinho, Gil e Macula.

Juiz: José de Assis Aragão
Gols: Zico, Betão e Nando para o Sport e Marinho para o Bangu.

O resultado nos deu o titulo da chave A e decidiríamos o módulo Amarelo contra o Guarani. Mas antes que esse jogo fosse realizado o Bangu protestou contra a partida aqui na Ilha tentando alegar que o jogo foi realizado dentro de um clima totalmente desfavorável ao seu time. Mas o Sport venceu em 1ª e 2ª estância e deu prosseguimento a sua campanha vitoriosa. É valido ressaltar que o presidente da FPF, Fred Oliveira, quando compareceu em uma destas audiências envolvendo Sport e Bangu foi violenta e covardemente agredido pelos capangas do bicheiro.
SPORT CAMPEÃO DO MÓDULO AMARELO
Continuando a luta pelo título maior, Sport e Guarani se enfrentam em 2 partidas de ida e volta pelo título do Módulo Amarelo. As partidas ocorreram em dezembro de 1987. No jogo de ida fomos derrotados por 2x0. No jogo de volta vencemos por 3x0 e como o regulamento não previa critérios de desempate para este caso houve decisão por cobrança de pênaltis. Quando o placar marcava 11 x 11 o Guarani desistiu da disputa dando assim o título do para o Leão.
FUGA DO CRUZAMENTO: INTERESSES FINANCEIROS E TEMOR DA DERROTA
Determinado os campeões e vices dos dois módulos, segundo o regulamento, deveria haver um quadrangular decisivo entre eles de modo que o clube que obtivesse o melhor índice técnico seria declarado Campeão Brasileiro de 1987. Como se sabe, a Coca Cola havia fechado um patrocínio gordo com o clube dos 13 para que sua marca fosse exibida de todas as maneiras possíveis durante os jogos. Foi sugerido inclusive que se colocasse no circulo central de campo a logomarca do refrigerante. Tal procedimento fere as leis da FIFA e por isso seria impossível sua concretização. Portanto o acordo firmado entre a fabrica de refrigerante e o Clube dos 13 seria o uso da logomarca no uniforme de todos os clubes que participasse da competição sob pena de não receber os 50% da verba restante ao final do campeonato. O Sport e o Guarani estavam rompidos com a Coca Cola e por isso seria impossível cumprir tal exigência, pois alem disso não viram as cores do dinheiro. Então Marcio Braga, presidente do Flamengo, junto com Aidar, presidente do Clube dos 13, temendo perder a verba da Coca e o titulo nacional de 1987 tentaram de todos os artifícios possíveis para acabar com o cruzamento entre os módulos. Numa primeira tentativa, vergonhosamente Aidar tenta aliciar Homero, oferecendo-o uma vaga no clube dos 13 em troca do cruzamento. Este foi veementemente negado. Então começaram as ameaças de aleijamento no campeonato seguinte. Em outra tentativa, utilizou-se de Manoel Tubino, presidente do C.N.D., desta vez para alterar o regulamento de uma competição já quase concluída, retirando o cruzamento do mesmo. Então Tubino convocou um conselho arbitral para votar tal questão em 16/01/88. A decisão de 383 votos por 96 pelo cancelamento do cruzamento de nada valia, pois esse tipo de alteração deve ser aprovado apenas em caso de unanimidade. E é importante observar que a diferença não é tão expressiva quanto parece visto que o peso dos votos depende da posição no ranking.Nova derrota para eles. Assim, como não conseguiram nenhum meio legal para impedir o prosseguimento do campeonato as datas dos cruzamentos finalmente foram marcadas.
SPORT CAMPEÃO BRASILEIRO DE FATO E DE DIREITO
Em 27/01/88 vencemos o Flamengo por WO assim como o Guarani vencia o Internacional, também por WO. Marcaram-se então as duas partidas finais para 31/01 em Campinas e 07/02 aqui na Ilha. O primeiro jogo acabou em um empate de 1x1, tendo Betão de pênalti marcado a nosso favor. A grande final foi marcada na Ilha dia 07/02/88 e como de costume, ela estava lotada. O jogo foi transmitido ao vivo para todo Brasil pelo SBT. Uma verdadeira festa que assombrou a todos aqueles que nunca acreditaram naquilo. Girândolas, fumaça colorida, leonetes, tudo que se tinha direito para a ocasião.O jogo se inicia com o Sport para cima e o Bugre um pouco inibido, talvez pelo nervosismo. Ao passar do tempo o Sport continua melhor embora o Guarani comece a se aprumar na partida. Estevam, nosso capitão, desperdiça uma cabeçada com a barra aberta. No segundo tempo é que tudo acontece. A partida continua no mesmo ritmo até que aos 20 minutos, Betão bate escanteio com precisão impar na cabeça de Marco Antonio, que mete a bola para o fundo das redes fazendo a Ilha explodir de emoção. E esse gol foi o suficiente para sermos campeões Nacionais de 1987. Conseguimos suportar a pressão desordenada do Guarani que o juiz deu a partida por encerrada. Foi simplesmente fantástica a festa. Toda torcida queria estar junto de seus heróis. O troféu estava lá. Foi erguido por Estevam num momento histórico para o Leão da praça da Bandeira. E a partir daquela data todo torcedor do Sport pôde encher a boca e o peito de orgulho para dizer: EU SOU CAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL!
O ULTIMO SUSPIRO DOS CORRE CAMPO
Numa ultima e desesperada tentativa de impedir a homologação do titulo Rubro-Negro, Manoel Tubino, a mando de Marcio Braga, alega que as partidas finais daquele campeonato de 1987 deveriam ser anuladas, pois haviam ocorrido no ano de 1988 e tal precedente só poderia ser aberto mediante a uma solicitação documental à C.N.D. Porém, o blefe só serviu para desmoraliza-lo, pois Abi Chedid apresentou copia do fax em que Tubino autorizava a realização de partidas do campeonato no ano de 88. Assim, todos os recursos na justiça desportiva se esgotaram.O Flamengo tentou por diversas vezes recorrer a justiça comum obtendo fracassos estrondosos. Até que desistiu sob ameaça de ser punido pela FIFA. Assim sendo o Sport Club do Recife é o único campeão Brasileiro com o titulo atestado pela justiça desportiva e comum. E essa luta Titânica revelou a toda a Nação como nosso amado Sport Club do Recife é forte e grande.  título de Campeão Brasileiro de 1987, conquistado de maneira lícita, justa e legítima pelo Sport Club do Recife

A PERSEGUIÇÃO AO AMERICA A PARTIR DA CRIAÇÃO DO CLUBE DOS TREZE E DA COPA UNIÃO DE 1987 (TEXTO WIKIPEDIA) 2ª PARTE

O Módulo Amarelo era composto pelos seguintes clubes : América-RJ, Atlético-PR, Atlético-GO, Bangu-RJ, Ceará-Ce, Criciúma-SC, CSA-AL, Guarani-SP, Internacional-SP, Joinville-SC, Náutico-PE, Portuguesa-SP, Rio Branco-ES, Sport-PE, Treze-PB e Vitória-BA. Como forma de protesto, o América decidiu boicotar o campeonato organizado pela CBF, deixando de comparecer aos jogos e perdendo todos por WO, pois estava ciente de que os participantes da Copa União nunca iriam reconhecer o Módulo Amarelo como primeira divisão, e por isso, jamais iriam ceder ao cruzamento entre os dois módulos.A CBF organizou ainda outros dois módulos: Azul e Branco, que classificavam 12 equipes para a segunda divisão de 1988.Ironicamente o regulamento imposto pela CBF que previa o cruzamento entre os campeões e vice de cada módulo, no entanto, se tornaria inviável no final das contas, pois no Módulo Amarelo não ficou definido quem era o vice, os finalistas Sport e Guarani após uma prorrogação empataram nos pênaltis em 11 x 11 e dividiram o título em um acordo entre eles.A Copa União de 87 organizada pelo Clube dos 13 foi recorde de audiência e teve público médio de 20.877 pagantes, o segundo maior da história do campeonato nacional.Em dezembro de 1987, a CBF anunciou a tabela deste quadrangular, que seria disputado em turno e returno. Alegando que o regulamento foi alterado à revelia do Clube dos 13, Flamengo e Internacional se recusaram a disputar com o apoio do Clube dos 13 e do seu então presidente, Carlos Miguel Aidar (que também presidia o São Paulo Futebol Clube na época). Com isso Sport e Guarani disputaram o quadrangular, vencendo os jogos contra Flamengo e Internacional por WO. A CBF acabou declarando o Sport como Campeão Brasileiro de 1987, enquanto o Clube dos 13, o Conselho Arbitral e o CND fez o mesmo com o Flamengo.A CBF proclamou Sport e Guarani, respectivamente campeão e vice daquele ano, como representantes do Brasil na Taça Libertadores da América. Tendo o caso sido levado à justiça comum, esta, em processo cuja decisão já se tornou definitiva (sem possibilidade de recurso), deu ganho de causa ao Sport Club do Recife.No ano seguinte, a CBF retoma a responsabilidade de organizar o Campeonato Brasileiro com os principais clubes do país que viria a ser chamando novamente de Copa União, mantendo assim, o mesmo nome da competição que foi realizada pelo Clube dos 13.Em 2000, novamente o Campeonato Brasileiro é organizado pelo Clube dos 13. Torneio que ficou conhecido como Copa João Havelange.No dia 21 de fevereiro de 2011 a CBF decide, enfim, acabar com a polêmica declarando Flamengo e Sport como campeões de 1987 tendo como vice-campeões, respectivamente, Internacional e Guarani[18]. Entretanto esse reconhecimento não ocorreu por motivos técnicos. Parte importante da imprensa esportiva atuante em 2011 atribui esse reconhecimento da CBF à interesses e manobras políticas com a finalidade de enfraquecer o Clube dos 13 que estava em vias de organizar um novo processo de concorrência para a cessão de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol. Essa parte da imprensa nunca questionou a legitimidade do título do Flamengo em 1987, mas sim o reconhecimento pela CBF do título apenas em 2011.
COMO VOCÊ PODE PERCEBER, O TEXTO ACIMA FALA QUE O AMERICA " COMO FORMA DE PROTESTO, BOICOTOU O CAMPEONATO ORGANIZADO PELA CBF" , DEPOIS DISSO O AMERICA PASSOU A SER EXCLUIDO E PASSOU A SOFRER GRAVES PERSEGUIÇÕES POLITICAS.

AMERICA PREJUDICADO DESDE A COPA UNIÃO DE 1987
FONTE: REVISTA TRIVELA reportagem publicada na edição de nº15(Maio de 2007)
Jornalista Ubiratan Leal
Texto na íntegra :
CRISE REVOLUÇÃO E TRAIÇÃO
Com o testemunho de 122.001 torcedores que lotavam o Maracanã no fim da tarde de 19 de julho de 1992, o Flamengo empatou em 2 a 2 com o Botafogo e conquistou o Brasileirão. Para o clube, era seu quinto campeonato nacional. Por isso, o capitão rubro-negro Júnior ergueu a Copa Brasil como se tomasse posse definitiva do troféu. Para a CBF, porém, era apenas o quarto título flamenguista e a taça continuaria à espera do primeiro pentacampeão nacional. Diante do impasse, a famosa peça de bolinhas criada pelo artista Maurício Salgueiro foi tirada de circulação e até hoje não tem dono.A falta de um destino para esse troféu parece uma questão menor, mas dá um bom sinal de como as autoridades até hoje não equacionaram a disputa entre Flamengo e Sport para definir o campeão brasileiro de 1987. Uma história que muitas vezes é reduzida à validade de um cruzamento entre os melhores do Módulo Verde (formado pelos grandes clubes) com o do Amarelo, mas que envolveu briga política, mudança de regulamentos e até traição.

Capítulo 1: CBF em crise institucional

Na metade da década de 1980, já não havia mais condições de manter os Brasileirões inchados, com até 94 participantes. A própria CBF determinou que, em 1987, o campeonato seria reduzido para 24 clubes, definidos pelas posições na segunda fase do torneio no ano anterior. Seria simples, se os problemas não começassem ainda na Copa Brasil 1986.No final da primeira fase, o Joinville pediu os pontos do empate em 1 a 1 com o Sergipe alegando que um jogador do adversário foi pego no exame antidoping. O CND (Conselho Nacional de Desportos) contrariou a CBF e determinou que os catarinenses tinham a vitória, o que agradou ao então ministro da educação Jorge Bornhausen. A decisão, porém, tiraria da segunda fase o Vasco. A confederação ainda envolveu a Portuguesa na discussão e, para agradar a todos, nenhum desses três clube foi eliminado. Pior, sob influência do chefe da Casa Civil, o pernambucano Marco Maciel, foram abertas mais três vagas na segunda fase, o que beneficiou Náutico, Santa Cruz e Sobradinho-DF.A falta de autoridade da CBF para impor suas decisões não era gratuita. A entidade vivia grande confusão administrativa desde a eleição à presidência da entidade no início de 1986. Nabi Abi Chedid e Medrado Dias eram os candidatos e havia a expectativa de empate. Se isso ocorresse, Dias seria eleito pelo critério de idade. Assim, momentos antes da votação, Nabi inverteu a chapa com seu vice Octávio Pinto Guimarães, mais velho que o concorrente. Guimarães venceu por um voto e assumiu a presidência da CBF.Esperava-se que Guimarães fosse presidente apenas formalmente, pois o comando seria de Nabi. “Cheguei a participar de uma reunião que discutiu se Guimarães deveria renunciar meses depois de assumir”, revela Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo na época, em entrevista à Trivela. Isso não ocorreu e o presidente eleito resolveu fazer valer seu poder, o que desagradou o vice. Sem comando forte, o poder da CBF se deteriorou rapidamente. Os reveses se acumulavam – incluindo a derrota para Estados Unidos e Marrocos na concorrência para sediar a Copa de 1994 – e até a situação financeira da entidade era delicada.
Capítulo 2: nasce o Clube dos 13
Enquanto a CBF estava à deriva, os clubes já se organizavam para fazerem valer seus interesses. No caso, a maior preocupação era fazer lobby para incluir na pauta da Assembléia Constituinte – que se formaria em 1988 – um artigo que lhes desse autonomia de organização e funcionamento. A campanha foi bem sucedida e a união de clubes ganhou força. Em abril, Flamengo e São Paulo se negaram a ceder seus jogadores para uma excursão da Seleção Brasileira à Europa e tiveram respaldo do CND. Márcio Braga, presidente do Flamengo na época, saiu da reunião que anulou a convocação da Seleção dizendo, triunfante, que era o “fim do autoritarismo no futebol brasileiro”.Em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães anunciou: “a CBF não tem condições de organizar o Campeonato Brasileiro deste ano”. O motivo era a falta de dinheiro para arcar com as viagens dos times e outras despesas da competição. Sob o risco de ficar sem a competição que já era a mais importante do calendário, os grandes clubes resolveram tomar as rédeas da situação. “Liguei para o Nabi e perguntei se era sério o que o Octávio falava. Ele disse que era e ‘deu a bênção’ para que organizássemos o campeonato se quiséssemos”, conta Aidar.O dirigente são-paulino propôs a comandantes de outros times tradicionais a formação de uma associação de clubes para organizar o Brasileirão. Foram convidadas as equipes mais tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Para evitar o rótulo de elitista, também foi convidado um representante do Nordeste, o Bahia. Assim, surgiu a União dos Grandes Clubes Brasileiros, conhecida como Clube dos 13. O presidente são-paulino passou a comandar também a associação.
Capítulo 3: a Copa União ganha forma
Quando foi formatado o novo Campeonato Brasileiro, a intenção foi transfornar a competição em um grande produto para o mercado. O principal atrativo era haver apenas confrontos entre clubes de grande torcida. Por isso, não houve critérios técnicos para a definição dos participantes. Guarani e América-RJ, pela ordem, vice-campeão e semifinalista no ano anterior, foram preteridos. “Nossa idéia era romper os vínculos com modelo antigo do torneio, começar uma nova história”, comenta Márcio Braga, presidente do Flamengo. “Priorizamos os clubes que viabilizariam financeiramente uma competição à beira da falência”, acrescenta.Ainda assim, o Clube dos 13 contava com o apoio da CBF. “A única exigência da entidade para oficializar nosso Campeonato Brasileiro foi a inclusão de mais três clubes de outros Estados”, comenta Aidar. Assim, foram chamados Coritiba, Santa Cruz e Goiás, clubes mais populares e donos de melhor histórico nacional entre paranaenses, pernambucanos e goianos na época. Novamente, não se podia falar em critérios técnicos, pois o Coritiba não era campeão paranaense (perdera o título para o Pinheiros) e fora 43º na Copa Brasil de 1986.Com participantes definidos, o Clube dos 13 correu atrás de apoio financeiro. João Henrique Areias e Celso Grellet, diretores de marketing de Flamengo e São Paulo, comandaram o projeto comercial. O torneio foi batizado de “Copa União” para ter uma marca que enfatizasse a nova fase do futebol brasileiro e pudesse ser licenciada por diversas empresas. Além disso, a organização obteve o patrocínio oficial de Rede Globo, Coca-Cola e Varig.A Coca-Cola colocou seu logotipo nas camisas de todos os clubes que não tivessem patrocinadores (apenas Flamengo, Palmeiras e Corinthians tinham contratos a cumprir) e no círculo central do gramado (depois, a Fifa vetou essa idéia e a marca ficou dentro dos gols). A Rede Globo transmitiu o campeonato com exclusividade, com a permissão de passar as partidas na cidade em que eram realizadas. A condição era que, minutos antes de a rodada começar, a emissora fizesse um sorteio de qual jogo seria visto por todo o país (o que gerou a curiosa situação de, em uma tarde com São Paulo x Corinthians e Flamengo x Fluminense, o Brasil inteiro viu Bahia x Goiás, que acabou sendo a despedida de Mário Sérgio).
Capítulo 4: traição, e a CBF volta à cena
A forma como surgia a Copa União deixou vários clubes descontentes. Os líderes do movimento eram América-RJ, Guarani e Portuguesa se sentiam injustiçados, pois teriam direito de estar na elite pelo desempenho no Brasileirão de 1986. “Não dá para aceitar um Campeonato Brasileiro em que os clubes grandes viram a mesa só porque não querem dividir o torneio com ninguém”, brada Homero Lacerda, diretor de futebol do Sport e presidente do clube em 1987. “Os dirigentes de todos os outros clubes sempre foram contra essa atitude autoritária do Clube dos 13 na época.”O sucesso comercial da competição organizada pelo Clube dos 13 também saltou aos olhos da CBF. Desse modo, a entidade decidiu organizar uma competição com 16 clubes que estavam de fora da Copa União. Usou como critério a classificação do Brasileirão de 1986, apesar de deixar de lado a Ponte Preta em favor do Sport, e conseguiu o apoio do SBT. Depois, a CBF mudou seu discurso e deixou de considerar a Copa União como o Brasileirão. Naquele momento, o torneio dos grandes seria o Módulo Verde e o outro, o Amarelo. Os dois melhores de cada módulo se enfrentariam para definir o campeão nacional.O Clube dos 13 decidiu boicotar o cruzamento. No entanto, a CBF contou com um apoio de dentro da união de clubes. “O Eurico Miranda era vice-presidente de futebol do Vasco e ficou como nosso interlocutor na CBF”, comenta Aidar. “Ele nos traiu e deu sinal verde para a CBF virar a mesa, mesmo contra a determinação dos outros 12 clubes de não fazer cruzamento com o Módulo Amarelo.” O Clube dos 13 não assinou o regulamento proposto pela confederação, mas já estava aberta a brecha para a confusão.Os dois torneios caminharam e não se falava em cruzamento. Para a mídia, o título brasileiro se decidia na Copa União. O Flamengo conquistou o torneio ao surpreender o invicto Atlético-MG de Telê Santana na semifinal e ao bater o Internacional na decisão. O Módulo Amarelo teve percalços. Nem a possibilidade de cruzamento contentou América-RJ e Portuguesa, que decidiram boicotar o torneio. A Lusa voltou atrás posteriormente, mas os rubros, de fato, não jogaram uma partida sequer. No final, Guarani e Sport dividiram o título após empate em 11 a 11 na disputa de pênaltis.Em janeiro daquele ano, a CBF impôs seu regulamento e determinou que seria realizado um mata-mata entre Flamengo, Internacional, Sport e Guarani. Flamenguistas e colorados confirmaram a decisão de boicotar o cruzamento e não compareceram às semifinais. Assim, Sport e Guarani fizeram a final, vencida pelos pernambucanos. As duas equipes representaram o Brasil na Copa Libertadores e foram oficializadas pela CBF como campeão e vice do país em 1987. O CND tinha outra visão e deu o título ao Flamengo. Anos depois, o Rubro-Negro de Recife ganhou o campeonato na Justiça.


Prejudicados e Beneficiados pela Copa União de 1987

 De José Renato Sátiro Santiago Jr.  FONTE BLOG DO BIRNER
O título brasileiro de 1987 é, sem dúvida, uma das maiores polêmicas em nosso futebol. As discussões sobre quem foi campeão brasileiro daquele ano são muito quentes, .Não entrarei nela, mas gostaria de resgatar uma outra questão que é muito pouco discutida sobre aquela competição.O Campeonato Brasileiro de 1986 seria disputado por 44 equipes e mais 4 que iriam “subir” da segunda divisão entre as duas fases iniciais.O Conselho Nacional de Desportos, antigo CND, tinha a intenção de reduzir o número de participantes da primeira divisão do campeonato brasileiro. Ao lado da CBF estabeleceu que o campeonato de 1986 seria classificatório para o de 1987, quando 24 equipes participariam do mesmo.O regulamento original de 1986 estabelecia que da primeira para a segunda fase 32 equipes se classificariam. As 24 melhores fariam parte da primeira divisão de 1987.No entanto, um problema envolvendo o Vasco da Gama e Joinville durante a fase inicial, fez com que o regulamento fosse alterado durante a competição o que causou a classificação de 36 equipes para a segunda fase, 4 a mais que o original.Diante disso, ficou definido o aumento para 28 no número de classificados para o campeonato nacional da primeira divisão de 1987.
Se esta segunda versão do regulamento tivesse sido obedecida, as 28 equipes que disputariam a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro seriam:Atlético – GO, Atlético – MG, Atlético – PR, América – RJ, Bahia, Bangu, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, CSA, Goiás, Grêmio, Guarani, Flamengo, Fluminense, Internacional – RS, Internacional – SP, Joinville, Náutico, Palmeiras, Portuguesa, Rio Branco – ES, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Treze e Vasco da Gama.
O AMERICA FOI UM DOS MAIORES PREJUDICADOS COM A CRIAÇÃO DO CLUBE DOS TREZE E A COPA UNIÃO
No entanto, em 1987, a criação do Clube dos 13 e a realização da Copa União, tiraram da principal competição nacional de 1987 as seguintes equipes, no meu entendimento, as maiores prejudicadas.Atlético – GO, Atlético – PR, América – RJ, Bangu, Ceará, Criciúma, CSA, Guarani, Internacional – SP, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco – ES e Treze. Dentre estas 14 equipes, apenas o América – RJ, por se sentir prejudicado, se recusou a participar do campeonato organizado pela CBF em 1987, o chamado Módulo Amarelo
O Clube dos Treze resgatou, em 1987, duas equipes que deveriam participar da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro daquele ano, no caso, as maiores beneficiadas: Botafogo – RJ e Coritiba.Ao organizar o Módulo Amarelo, a CBF resgatou para o que ela considerou como também sendo da Primeira Divisão, duas equipes que deveriam participar da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro de 1987, são elas:Sport e Vitória – BA.Se a CBF tivesse utilizado como critério completar o Módulo Amarelo com as equipes classificadas imediatamente depois daquelas que já tinham conseguido a vaga no campo, elas seriam o Vitória – BA, que foi realmente chamado, e a Ponte Preta, outra prejudicada que acabou tendo que disputar o Módulo Azul, uma espécie de Terceira Divisão do Brasileiro. Lembrando que o critério anterior era “chamar” as equipes com melhores campanhas na Segunda Fase do Brasileiro de 1986


A CONFUSÃO DA COPA UNIÃO 

 A Copa União nasceu após o Campeonato Brasileiro de 1986. Para 1987, os 13 clubes considerados os de maior torcida do Brasil fundaram os Clube do Treze e decidiram organizar um torneio próprio, a Copa União, com 16 equipes. A idéia era de agregar o projeto marketing, com fortes patrocinadoras como Coca-Cola, Varig(à época) e a forte Tv Globo, que renderiam os valores esperados pelos clubes. Porém ignoravam o critério técnico, deixando de fora o vice-campeão de 1986 e o America, 4º colocado, para incluir Coritiba, Goiás e Santa Cruz que eram de três estados financeiramente importantes. Os demais clube, obviamente, reclamaram muito. Daí foi criado um acordo entre a CBF e o Clube dos Treze: a Copa União seria o modulo Verde, além de outros módulos como amarelo, branco e azul. A CBF , para não perder a autoridade e reconhecer o campeonato como sendo seu, determinou o cruzamento do campeão e do vice do módulo verde(Copa União) com campeão e vice do módulo amarelo para definir o campeão brasileiro. O Clube dos Treze topou, mas seus dirigentes combinaram entre si que não fariam o cruzamento final. Contudo o Clube dos Treze mandou um representante a uma reunião na CBF concordando com o quadrangular final. O representante em questão era Eurico Miranda. O Flamengo foi o campeão da Copa União derrotando na final o Inter RS. No módulo amarelo, o Sport foi campeão derrotando o Guarani. Em Janeiro de 1988 a CBF organizou o quadrangular decisivo. Flamengo e Internacional se negaram a participar. Foi organizada a decisão do campeonato brasileiro de 1987 entre Sport e Guarani, com vitória do time pernambucano. O único clube, reconhecido pela CBF como campeão brasileiro de 1987 é ,sem dúvida, o Sport.

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