A Portuguesa RJ confirmou na noite desta terça-feira que disputará a Série D do Brasileirão e a Copa do Brasil de 2026. Campeã da Copa Rio, a Lusa escolheu disputar a quarta divisão em detrimento da Copa do Brasil, porém com as mudanças no calendário nacional do futebol brasileiro para o ano que vem, a Portuguesa conseguiu a vaga na Série D via ranking nacional de clubes.
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Série D é ampliada e terá 96 clubes a partir de 2026; Central volta a ter calendário
Criada em 2009, a 4ª divisão do Campeonato Brasileiro atingirá a “maioridade” com uma ampliação de 50% na lista de participantes. Dois meses após uma reunião na sede da CBF, que envolveu os 64 clubes da edição de 2025, a entidade nacional anunciou a reformulação da Série D a partir de 2026. A competição passará a ter 96 clubes, com outra grande novidade no regulamento sendo a presença no campeonato do ano seguinte caso o time avance até a 3ª fase. Ou seja, caso não obtenha o acesso, restrito a apenas seis equipes, o time que conseguir chegar longe continuará tendo calendário nacional. Por vezes, boas campanhas foram encerradas com longos hiatos no Brasileirão, já que as vagas eram todas oriundas das 27 federações estaduais, além dos quatro nomes rebaixados na Série C.
Implementação imediata
Agora, a nova composição da Série D será definida em três frentes, com a seguinte ordem de entrada: 4 vagas aos piores colocados da Série C, 28 vagas aos times presentes na 3ª fase da Série D anterior e 64 vagas através de competições estaduais (com quantidades distintas entre as 27 federações, a partir do Ranking Nacional). Caso um clube obtenha a vaga por dois meios diferentes, a “segunda” vaga será endereçada ao Ranking Nacional de Clubes. Entre 2022 e 2025, quando a Série D teve 64 clubes, a composição teve 4 vagas para os rebaixados da Série C e 60 para as competições estaduais. As 4 vagas adicionais serão destinadas às federações de menor ranking anual. Antes, esses estados só tinham uma vaga.
A ampliação da Série D começou a ganhar força em 29 de julho, na reunião no Rio de Janeiro. Naquela ocasião, eram duas linhas de trabalho, o aumento da Série D ou a criação da Série E. Em agosto, o presidente da CBF, Samir Xaud, foi questionado algumas vezes e desconversou sobre a 5ª divisão. Em entrevista ao SporTV, disse o seguinte: “A criação de uma Série E não é prioridade”. Logo, a Série D mais robusta tornou-se a única linha, mas ainda restava uma dúvida. A implementação seria em 2026 ou 2027? Isso faria diferença para muita gente.
Clubes agradeceram em notas coordenadas
É o caso do Central de Caruaru, como já havia sido abordado no blog. Embora tenha chegado às oitavas de final, a Patativa estava sem calendário nacional, pois foi mal no Estadual. Na verdade, foi rebaixada. Ficou em 8º lugar entre 10 participantes – porém, tenta reverter no TJD, alegando irregularidade na ampliação do número de rebaixados no PE 2025. Em 28 de agosto, bem antes do anúncio da Confederação Brasileira de Futebol, o Central lançou uma mensagem em seu perfil oficial manifestando “seu agradecimento e apoio ao presidente Samir Xaud pelo reconhecimento e valorização do Campeonato Brasileiro da Série D”.
Outros clubes da última divisão fizeram o mesmo, como Santa Cruz, Sampaio Corrêa e Portuguesa. Todos passaram de fase – desses, só o Santa conseguiu o acesso. Redigidas de forma coordenada, as notas deixaram a movimentação óbvia, ainda que um outro motivo tenha sido o bônus de R$ 60 mil na cota inicial de cada um, que foi de R$ 450 mil. Sobre a ampliação do Brasileirão, a articulação acabou funcionando já para 2026, conforme o detalhamento do novo calendário do futebol nacional divulgado por Xaud em 1º de outubro
Novo regulamento deixa acesso mais afunilado
Com a nova Série D, o estrutura completa do Campeonato Brasileiro terá 156 clubes em 2026. Em contrapartida, a última divisão terá uma fase inicial mais curta. Nos últimos seis anos o torneio teve 8 grupos de 8 clubes, com 14 rodadas para cada participante. Agora serão 16 grupos de 6 clubes, com 10 rodadas. Os quatro melhores vão à 2ª fase, que agora corresponde aos “32 avos de final”, com 64 times envolvidos. Será preciso avançar em quatro mata-matas para alcançar a semifinal e subir. Porém, além do clássico “G4”, a Série D vai promover mais dois times, num mata-mata entre os quatro eliminados nas quartas de final.
Agora, a nova campanha para obter o título da Série D terá 22 jogos. Considerando só o acesso, o que realmente importa, a conta será de 18 a 20 jogos. O Santa Cruz precisou faz 20 partidas para subir em 2025 – indo até a final, chegou a 24. Em tempo: o Central chegará a 13 participações em 18 edições, se mantendo como o recordista de presenças na Série D.
Evolução da Série D
2009: 39 clubes; 1ª fase com 6 rodadas*
2010: 40 clubes; 1ª fase com 6 rodadas
2011: 40 clubes; 1ª fase com 8 rodadas
2012: 40 clubes; 1ª fase com 8 rodadas
2013: 40 clubes; 1ª fase com 8 rodadas
2014: 41 clubes; 1ª fase com 8 rodadas**
2015: 40 clubes; 1ª fase com 8 rodadas
2016: 68 clubes; 1ª fase com 6 rodadas
2017: 68 clubes; 1ª fase com 6 rodadas
2018: 68 clubes; 1ª fase com 6 rodadas
2019: 68 clubes; 1ª fase com 6 rodadas
2020: 68 clubes; 1ª fase com 14 rodadas***
2021: 68 clubes; 1ª fase com 14 rodadas***
2022: 64 clubes; 1ª fase com 14 rodadas
2023: 64 clubes; 1ª fase com 14 rodadas
2024: 64 clubes; 1ª fase com 14 rodadas
2025: 64 clubes; 1ª fase com 14 rodadas
2026: 96 clubes; 1ª fase com 10 rodadas
* Um grupo teve 2 rodadas a menos
** Um grupo teve 2 rodadas a mais
*** Houve uma preliminar antes da 1ª fase
Ranking de acessos na Série D por estado
1º) 10 vezes: São Paulo
2º) 5 vezes: Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul
6º) 4 vezes: Maranhão, Pernambuco e Santa Catarina
9º) 3 vezes: Goiás, Paraíba, Paraná e Rio de Janeiro
13º) 2 vezes: Amazonas, Bahia, Pará, Piauí e Sergipe
18º) 1 vez: Acre, Alagoas, Mato Grosso e Tocantins
* Somando os quatro acessos anuais de 2009 até 2025
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